3.11.18

Projeto Tamar e a proteção das tartarugas marinhas

Foto: Instagram Luan Loureiro
O projeto Tamar foi criado na década de 1970 pelas mãos de um grupo de estudantes de oceanografia que viajavam para praias desertas a fim de realizar pesquisas. Na ocasião, os pesquisadores descobriram que muitos pescadores matavam as tartarugas marinhas. Daí, o Tamar surgiu para proteger esses preciosos animais que corriam risco de extinção.

As ações estão presentes nos litorais das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil. Somente no estado de Sergipe, são quatro bases: em Ponta dos Mangues, Pirambu, Aracaju e Abaís.

Divulgação portal projeto Tamar

Em Aracaju, o Oceanário abriga cerca de 70 espécies aquáticas nativas de Sergipe expostas em 18 aquários (cinco de água doce e 13 de água salgada), inclusive as tartarugas. Estive lá no mês de outubro e tive o prazer de conhecer os trabalhos realizados pelo projeto Tamar. Em 2018, os especialistas comemoraram a marca de 35 milhões de filhotes livres rumo ao oceano a partir dos cuidados das equipes daquele estado. Pirambu (SE) foi a primeira base do Tamar instalada no Brasil, em 1982.

Segundo o estudante de medicina veterinária Luan Loureiro, em cada mil filhotes de tartaruga, estima-se que apenas um, no máximo dois, atinja a idade adulta. "Por isso é tão importante respeitar os locais de desova desses bichos na praia, evitando pisar nas regiões demarcadas na areia, além de jamais sacrificar um animal", destaca o integrante do projeto em Sergipe. "Nosso esforço diário é recompensado toda vez que assistimos ao espetáculo do nascimento de uma tartaruguinha e sua caminhada em direção ao mar", comemora.

Luan lembra que todo mundo pode ajudar o Tamar, seja divulgando as iniciativas, adquirindo algum produto da marca (já que a renda das vendas auxilia na sustentação do projeto), seja respeitando os santuários das tartarugas, procurando viver em harmonia com o meio ambiente. "Nós, que acreditamos no Tamar, nos inspiramos nos próprios filhotes de tartaruga que, a cada novo começo, parecem não desanimar diante do horizonte de incertezas e obstáculos que surgem à frente. A paixão é nosso leme", garante o jovem sergipano.

Diariamente Luan Loureiro se dedica aos animais do Oceanário de Aracaju                    Foto: Instagram Luan Loureiro
Nesta imagem, Luan verifica se uma tartaruga está engasgada. Ufa! Por sorte, era apenas um cochilo 
Foto: Pedro Antônio de Oliveira
Tartaruga em um dos tanques do projeto Tamar no Oceanário de Aracaju (SE)             Foto: Pedro Antônio de Oliveira
Foto: Pedro Antônio de Oliveira
O começo da longa jornada                                                                                                      Foto: Instagram projeto Tamar
Foto: Pedro Antônio de Oliveira
Foto: Instagram Luan Loureiro
Na imagem acima, de fevereiro de 2016, o registro do nascimento de aproximadamente 25 mil filhotes, em uma única noite, no litoral brasileiro. "Naquele dia, alcançamos a marca de 25 milhões de filhotes protegidos", orgulha-se Luan. "Nosso evento comemorativo foi realizado em quase dez estados onde as solturas foram cronometradas para ocorrerem todas ao mesmo tempo: precisamente às 17 horas."

"Vai na fé e nunca desista!" é a mensagem na foto publicada no Instagram "Orla de Aracaju", uma clara referência à batalha da tartaruguinha pela sobrevivência. Os predadores naturais e a ação negativa do homem sobre a natureza são os maiores desafios na vida das jovens guerreiras.

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