25.9.08

Inventadeira de moda


A saia dela não era rodada nem era curtíssima. A saia dela parecia uma capa de botijão, um copo-de-leite (a flor) virado pra baixo, um abajur desses antigos (e cafonas) ou uma coisa estranha para a qual ainda não inventaram nome. Mas a saia dela era bonita, guardava palavras que as pessoas colocavam na cabeça pensando, pensando... que aquilo parecia tudo, menos saia. Só que o que ela queria é que sua saia não saísse da idéia de ninguém mesmo, que fosse a saia mais vista e mais lembrada entre todas as saias rebolativas daquele dia luminoso e imenso.

PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA

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